Em 15 de maio de 1953, após um período em que atuou como uma Associação de Garçons, a organização evolui para a criação de uma entidade sindical com abrangência de uma categoria mais ampla, em que, além dos trabalhadores no comércio hoteleiro (antiga denominação da categoria de Hotelaria e Meios de Hospedagem), abrangia também os trabalhadores nas áreas de Turismo e Entidades Assistenciais e Filantrópicas.
Nesta data o Ministério do Trabalho reconheceu, de forma oficial, o Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares de Caxias do Sul, em atenção ao requerimento da Associação Profissional dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares, que teve sua fundação em data de 22 de maio de 1952.
Suas principais lutas, nesta época, possuíam como referência o combate à carestia de vida, o aumento de salários, o reconhecimento da profissão de garçom e a atuação junto ao Ministério do trabalho, a fim de garantir a designação de fiscal para a cidade de Caxias do Sul. Era clara a preocupação de seus idealizadores com a organização desta categoria, à época restrita aos garçons e demais trabalhadores do setor hoteleiro, na conquista de condições mais dignas de vida e trabalho. Naquele período, os estabelecimentos do ramo, compostos por cafeterias, bares, pensões e hotéis, tratavam-se, em sua maioria, de empresas familiares, o que explicava o grande número de contratações irregulares sem registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), consequentemente, sem reconhecimento dos direitos trabalhistas.
Apesar de escassos, os registros desta época informam que foi combatendo a realidade que se apresentava, alternando avanços e retrocessos, vitórias e derrotas que o Sindicato fortaleceu-se juntamente com o comércio e o setor de serviços no município, incluindo a categoria hoteleira.
A entidade viveu, no cenário político nacional, o crescimento econômico dos anos JK, a ascensão de João Goulart e os anos cítricos do golpe militar de 1964. Vivenciou, assim, intervenções – como os demais sindicatos brasileiros – da luta dos trabalhadores brasileiros. Assim, voltou-se para o fortalecimento dos serviços assistenciais e de organização profissional da categoria.
Foi em 1974 que o Sindicato ampliou, por requerimento, a extensão da representatividade para a totalidade do Grupo de Trabalhadores no Comércio Hoteleiro e em Turismo e Hospitalidade, passando a representar as categorias de Asseio e Conservação, Refeições Coletivas, Lavanderias, Empresas de Turismo, Entidades Religiosas, Assistenciais e Filantrópicas, Salões de Beleza e Imobiliárias e Condomínios. Passou, então, a denominar-se Sindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade de Caxias do Sul.
Em 1982, ampliou a extensão de base para os municípios de Farroupilha e Flores da Cunha. Essa ampla representatividade e o crescimento econômico da cidade de Caxias do Sul fez alterar o perfil do Sindicato, situando-o como um dos maiores no Rio Grande do Sul. Foi nesse período que houve a aquisição da Sede Social e a ampliação do atendimento médico e odontológico, por meio de convênio com a Comunidade Sindical nº 1, constituída juntamente com os Sindicatos do Comércio, Contabilistas e Condutores Autônomos.
Nos anos 1980, o Sindicato deixou de ser somente referência assistencialista para se tornar a primeira entidade a compor o Grupo de Turismo e Hospitalidade do Estado, a participar nas lutas do movimento sindical gaúcho e nacional pelo fim do regime militar, por eleições diretas, pela liberdade de organização sindical e contra o arrocho salarial. Inaugurava-se, assim, uma nova linha de ação sindical.
Em seus quase 70 anos de existência, a organização passou por inúmeras experiências no terreno das lutas trabalhistas e sociais, destacando-se na construção de condições de trabalho e de vida mais dignas e valorizadas para as diversas profissões que estão sob sua guarda e responsabilidade no âmbito da legislação brasileira, especialmente representadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pela Constituição da República.
Fonte: Arquivo histórico SINTRAHTUR