As centrais sindicais brasileiras promoveram nesta quinta-feira (7), em São Paulo, a terceira edição da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – a Conclat 2022. Com o lema “Empregos, Direitos, Democracia e Vida”, os sindicalistas aprovaram a Pauta da Classe Trabalhadora – a plataforma unitária que será entregue aos candidatos à Presidência da República. Na opinião de sindicalistas ouvidos pelo Vermelho, a atividade reflete o empenho do conjunto do sindicalismo em buscar bandeiras consensuais de luta.
Nivaldo Santana, dirigente nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), destaca “o grande grau de unidade” alcançado pelo movimento sindical nos últimos anos. “Além das pautas comuns, temos realizado eventos como o 1º de Maio Unitário. Aqui, na Conclat, nove centrais sindicais, de diferentes orientações políticas e ideológicas, estão unidas em defesa de bandeiras como a democracia, os direitos, o emprego e a vida”, diz Nivaldo.
Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a busca da unidade é “um debate constante” no movimento operário. “Quando há uma greve, é preciso ganhar a todos para que seja uma paralisação forte. Temos experiência em ação unitária – e a Conclat é instrumento dessa unidade para apresentar uma pauta unitária.”
Ana Paula, da coordenação Nacional da InterSindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, ressalta que houve “unidade de ação” em grandes mobilizações recentes, como a Greve Geral de 2017. Desta vez, a unidade se dá, sobretudo, na convergência de opiniões contra o governo Jair Bolsonaro. “É importante alavancar um processo de lutas a partir dos locais de trabalho e das ruas, para revogar todo o conteúdo da reforma trabalhista e da reforma da Previdência.”
Já Antônio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), frisa que as centrais têm “diferenças profundas”, mas resolveram se unir para enfrentar “o desemprego, a carestia e outros problemas” mais urgentes. “Ou nós apresentamos um projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil, rompendo com esse modelo econômico neoliberal, ou não se mudará nada.”
De acordo com Eduardo Maia, da direção nacional da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), “é fundamental construir uma proposta de mudança da realidade” nacional. “Hoje é só o primeiro passo. Vamos apresentar ao Brasil quais são as nossas linhas mestras para o desenvolvimento social e o desenvolvimento sustentável, mas os nossos desafios ainda são imensos em 2022.”
Para Ronaldo Leite, secretário-geral da CTB, as centrais ousaram debater uma plataforma de lutas que vai além das demandas estritamente sindicais. “A essência dessa Conclat é apresentar uma pauta da classe trabalhadora para a sociedade e para os candidatos, numa perspectiva de reconstrução do Estado brasileiro”, afirma Leite. “Nossa grande preocupação é com a democracia e com o desmonte do Estado Nacional.”
Edição: André Cintra
Autor: Cézar Xavier
Fonte: Portal Vermelho
08/07/2022