Pressionado pelos índices econômicos, o Banco Central decidiu, nesta quarta (2), reduzir em 0,5% a taxa básica de juros. É a primeira vez desde agosto de 2020 que o Comitê de Política Monetária faz um corte na Selic, que agora está em 13,25% ao ano.
O corte anunciado acontece depois de muita pressão do governo federal e da sociedade civil. Desde o começo do ano, Lula criticou reiteradamente a política monetária do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Campos Neto vinha defendendo a manutenção da Selic em 13,75% mesmo com a inflação desacelerando desde fevereiro deste ano. Esta é a quinta reunião do comitê durante o governo Lula. Nesta quarta, a correspondentes internacionais, o presidente disse que o Copom já deveria ter reduzido a Selic há três reuniões.
Segundo nota divulgada pelo Copom, cinco diretores votaram a favor do corte de 0,5 ponto percentual, enquanto quatro dos membros se manifestaram por uma redução de 0,25.
“O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”, diz a nota do Copom.
A Selic é usada pela autoridade monetária para controlar a inflação do país. Se os preços estão descontrolados, o BC aumenta a taxa básica dos juros para desacelerar a economia e conseguir controlar a inflação. O contrário também é válido, ou seja, quando a economia está desacelerando o Copom reduz o índice para abaixar o custo do crédito, possibilitando investimentos públicos e privados.
Em 2020, Roberto Campos praticou o menor patamar da série histórica da Selic desde 1999. De agosto daquele ano a março de 2021 a taxa básica de juros permaneceu em 2 pontos percentuais ao ano.
No entanto, durante o período mais grave da pandemia de Covid-19, o BC iniciou um ciclo contracionista para conter a inflação o que resultou na escalada dos juros. Desde então, o índice acumulou aumentos até alcançar o patamar de 13,75% em agosto de 2022.
Fonte: Portal Vermelho
03/04/2023